quinta-feira, 19 de junho de 2014

Pneumoencéfalo e oxigenoterapia

     
     O pneumoencéfalo está relacionado como uma complicação de procedimentos neurocirúrgicos prévios, barotrauma, tumores e fraturas de base de crânio e nasofaringe, meningites, fraturas de seios paranasais. O pneumoencéfalo tem sido bem relatado também como complicação das cirurgias de base de crânio. Nesse caso, pode ocorrer o fenômeno denominado efeito inverted pop bottle que ocorre quando o LCR reflui do espaço intracraniano durante a cirurgia, criando uma pressão negativa, que é preenchida pela entrada de ar. Os sinais e sintomas costumam surgem após 2 a 4 dias do pós-operatório, quando simula clinicamente uma lesão ocupando espaço.




     A sintomatologia do pneumoencéfalo pode ocorrer em consequência da hipertensão intracraniana, manifestando-se por cefaléia, convulsões, diminuição do nível de consciência, desorientação, disartria, náuseas e vômitos. A intensidade e a duração dos sintomas dependem da distribuição intracraniana do ar. Além disso, o diagnóstico é realizado através da tomografia computadorizada de crânio.

     O tratamento clínico baseia-se na administração de oxigênio. Isso se deve ao fato do oxigênio substituir o componente nitrogênio que é mais rapidamente absorvido dentro da circulação sanguínea (Lei de Graham), dessa forma, ocorre estabilização do quadro em 48 horas. Ao contrário, não se deve fazer inalação de óxido nitroso pois causa aumento do pneumoencéfalo, uma vez que o óxido nitroso passa mais rapidamente do sangue para dentro dos espaços do que o nitrogênio passa para o sangue.

Por Djanino Fernandes da Silva
Acadêmico do sexto período de Medicina
Membro da LIPANI


















Referências:
1. BRAGA, Angélica de Fátima de Assunção et al . Pneumoencéfalo após anestesia peridural: relato de caso. Rev. Bras. Anestesiol.,  Campinas ,  v. 51, n. 4,   2001.
2. Cho HL, Han YM, Hong YK. Tension pneumocephalus after transpheonoidal surgery: Report of two cases. J Korean Neurosurg Soc 2004;35:536-8.
3. Pereira CU, Alcântara MRS, Santos EAS. Tratamento das complicações clínicas decorrentes de intervenções neurocirúrgicas. Parte 1: Infecções, complicações de procedimentos específicos, complicações sistêmicas, cognitivas e outras complicações. Arq Bras Neurocir. 2008;27(1):19-29.
4. UNICAMP

Nenhum comentário:

Postar um comentário